-A maior frequencia de uso da ERG pelos oftalmologistas é a avaliação pré-operatória de pacientes com cataratas (onde devido às mesmas não é possível a visualização do fundo) e diagnóstico de condições que podem resultar em cegueira.
Nos EUA nenhum animal é operado para catarata sem que seja feito um ERG. Evita-se assim que animais que já possuem uma retina sem função sejam operados e continuem sem enxergar levando uma enorme frustração a todos.
- A camada externa da retina é composta dos fotoreceptores chamados de hastes (rods) e cones que sofrem um distúrbio relativamente comun dos cães e gatos que é a atrofia progressiva da retina.A atrofia progressiva de retina é uma contra-indicação comum para candidatos à cirurgia de catarata e em animais de valor zootécnico reprodutivo elevado. Muitos animais desenvolvem cataratas secundariamente à degeneração retinal primária.O principal sintoma precoce da instalação da atrofia de retina é a queixa do proprietário que o animal não consegue enxergar em ambientes com pouca luminosidade= nictalopia (cegueira noturna).
As hastes ou bastonetes são responsáveis pela visão noturna(escotópica) e detecção de movimento.Os cones pela visão fotópica(presença de luz) e visão colorida.O ERG deve ser utilizado para testá-los.
- Vários protocolos de ERG são praticados. Para investigarmos funções das camadas externas da retina (onde se encontram os fotoreceptores envolvidos na maioria das condições patológicas retinianas apresentadas por cães e gatos) fazemos o chamado flash ERG que lança estímulos simples com as luzes do ambiente acesas , seguido de adaptaçao ao escuro (escotopia) por um período de 5 a 15 minutos com repetição dos estímulos variando sua sensitividade (Milivolts/divisão) tempo base(Milisegundos/divisão) e estimulação(Hertz).O ERG mede a totalização das mudanças elétricas que ocorrem nos potenciais de membrana de todas as células da retina.A representação gráfica dessas reações nos mamíferos é representada por 4 elementos: Uma onda A negativa,uma onda B positiva, uma negatividade que se segue ao pico da onda B ,e uma onda C que vem a ser o segundo pico positivo. Usamos para analizar o ERG o pico negativo da onda A até o pico positivo da onda B.
- A unidade de eletroretinografia é composta de uma fonte estimuladora e uma gravadora.
-O exame pode ser feito em cães gatos, equinos e em qualquer mamífero que se suspeite de doença retiniana e se deva fazer um diagnóstico acurado da patologia em questão.
Utilidade dos exames eletrodiagnósticos quanto o local anatômica da lesão:
Flash ERG : Verificação integridade da camada fotoreceptora
ERG Padrão : Verificação das camadas mais internas da retina(glaucoma) e Nervo Ótico
VEP : Todas as estruturas acima e mais o córtex visual
O exame detecta onde está a lesão que provoca deficit visual ou cegueira de forma precisa (retina, nervo ótico ou córtex visual) em acidentes traumáticos além de ser indispensável para confirmação ou descarte de atrofia progressiva da retina.
-Associado a ultrassonografia ocular que evidencia morfologicamente o segmento posterior do olho (se as retinas estão descoladas, massas, liquefação de vítreo) o ERG complementa de forma dramática um serviço especializado em oftalmologia oferecendo a todos, oftalmologistas veterinários, medicos-veterinários e proprietários segurança e profissionalismo na hora de se lidar com problemas tão sérios como a indicação responsável da cirurgia de catarata ou diagnóstico precoce de patologias que podem levar à cegueira sempre visando a preservação ou possível restauração da visão dos animais.
É importante lembrar que a ERG tem diversas limitações. Primeiro e mais importante é que a ERG é um teste da função retineana e não da visão. Consequentemente pode ser normal em alguns casos de cegueira. Por exemplo, a ERG é normal nos casos de cataratas maduras, mesmo que o paciente seja funcionalmente cego. É também normal nos casos de cegueira pós-retineana, como nos casos de neurite ótica ou cegueira cortical (amauroses). Tais casos são melhor avaliados gravando-se o potencial evocado visual (PEV), que representa a resposta cortical aos flashes de luz; estes são gravados colocando os eletrodos ativos na cabeça e sobre o córtex visual. Uma outra limitação da ERG é o fato que representa uma resposta retineana global, sendo assim não pode ser usada para diagnosticar áreas focais de disfunção (escotomas). Finalmente, como a ERG grava a resposta das células fotorreceptoras, ela é normal no glaucoma, que é uma doença retineana de sua camada interna. Estas duas últimas limitações podem ser superadas usando-se um equipamento especializado de ERG, a ERG focal e a ERG de teste padrão, respectivamente. Entretanto, tal aparelho não está em utilização rotineira na oftalmologia veterinária.