28/01/2008
Várias propostas terapêuticas tem sido utilizadas para tratar úlceras de córnea, como antibióticos, antifúngicos, agentes anticolagenolíticos, cicloplégicos, substituto da lágrima; e na maioria das vezes estes associado ao tratamento cirúrgico (desde tarsorrafias até enxertos). Pouco tem sido estudado em relação a tratamentos alternativos. A babosa (Aloe Vera), planta originada da África, tem ação regenerativa de tecidos e também ação emoliente, demulcente, umectante, antiinflamatória, antibacteriana e cicatrizante (estimula a produção de fibroblasto). O presente trabalho teve como objetivo testar a solução de Babosa no tratamento de úlcera de córnea, já que na prática clínica tem sido utilizada com muito sucesso. Utilizou-se dois grupos com 6 animais cada nos quais foi provocado úlcera em ambas as córneas com uso de solução de Hidroxído de Sódio 3M conforme metodologia citada por LAUS (1999). Dividiu-se em dois grupos sendo que no Grupo I os animais foram tratados com solução de Babosa (50% de folhas babosa triturada com 50% de Cloreto de Sódio 0,9% e conservada em geladeira em frasco âmbar por até 7 dias) sid, e no Grupo II, os animais foram tratados com pomada ocular a base de Vitamina A, Aminoácidos e Cloranfenicol (Epitezan - Allergan), sid. Ambos os experimentos foram conduzidos por 18 dias. Após esse período os animais foram eutanaziados e feito enucleação para preparo de histopatologia. Na avaliação clínica o tratamento com Babosa foi tão eficiente quanto o com a pomada ocular, porém os resultados histopatológicos do Grupo II apresentou características histológicas mais favoráveis por apresentarem cicatrização completa e no Grupo I, 33% (2/6) apresentaram resultados histopatológicos em fase de cicatrização. Conclui-se portanto que a Babosa, mesmo sendo um pouco inferior histologicamente em relação a pomada oftalmica, mostrou-se como opção alternativa para o tratamento de úlcera de córnea com aspectos favoráveis em relação ao custo, não apresentando efeitos colaterais. Novos trabalhos deverão ser conduzidos para padronizar a concentração.